A corrida para decifrar a escrita cuneiforme

HAMMER, J. The Mesopotamian Riddle: An Archaeologist, a Soldier, a Clergyman, and the Race to Decipher the World’s Oldest Writing. New York: Simon & Schuster, 2025, 400 p. – ISBN 978668015445.

HAMMER, J. The Mesopotamian Riddle: An Archaeologist, a Soldier, a Clergyman, and the Race to Decipher the World's Oldest Writing. New York: Simon & Schuster, 2025, 400 p. Por volta de 3.400 a.C. — enquanto os humanos se agrupavam em complexos assentamentos urbanos — um escriba na cidade-estado de Uruk, com suas muralhas de barro, pegou um estilete de junco para imprimir pequenos símbolos na argila. Por três milênios, a escrita cuneiforme (em forma de cunha) registrou as conquistas militares, as descobertas científicas e a literatura épica dos grandes reinos mesopotâmicos da Suméria, Assíria e Babilônia, e do poderoso Império Aquemênida da Pérsia, juntamente com preciosos detalhes da vida cotidiana no berço da civilização. E então… o significado dos caracteres se perdeu.

Londres, 1857. Em uma era obcecada pelo progresso humano, palácios misteriosos emergindo das areias do deserto cativaram a imaginação do público vitoriano. Pois foi naquele momento que os melhores filólogos da Europa lutaram para decifrar as inscrições bizarras que os escavadores estavam desenterrando.

Entra em cena um arqueólogo aventureiro, um elegante oficial militar britânico que se tornou diplomata e um clérigo irlandês recluso, todos competindo pela glória em uma corrida para decifrar essa escrita que lhes permitiria espiar mais profundamente na história humana do que nunca.

Das ruínas de Persépolis aos postos avançados sem lei do decadente Império Otomano, The Mesopotamian Riddle (O Enigma da Mesopotâmia) leva você a uma aventura selvagem pela era de ouro da arqueologia em uma jornada épica para entender o nosso passado.

Joshua Hammer é um jornalista norte-americano nascido em 1957. Mora em Berlim, na Alemanha.

 

Around 3,400 BCE–as humans were gathering in complex urban settlements–a scribe in the mud-walled city-state of Uruk picked up a reed stylus to press tiny symbols into clay. For three millennia, wedge shape cuneiform script would record the military conquests, scientific discoveries, and epic literature of the great Mesopotamian kingdoms of Sumer, Assyria, and Babylon and of Persia’s mighty Achaemenid Empire, along with precious minutiae about everyday life in the cradle of civilization. And then…the meaning of the characters was lost.

Joshua Hammer (1957-)London, 1857. In an era obsessed with human progress, mysterious palaces emerging from the desert sands had captured the Victorian public’s imagination. Yet Europe’s best philologists struggled to decipher the bizarre inscriptions excavators were digging up.

Enter a swashbuckling archaeologist, a suave British military officer turned diplomat, and a cloistered Irish rector, all vying for glory in a race to decipher this script that would enable them to peek farther back into human history than ever before.

From the ruins of Persepolis to lawless outposts of the crumbling Ottoman Empire, The Mesopotamian Riddle whisks you on a wild adventure through the golden age of archaeology in an epic quest to understand our past.

Joshua Hammer is the New York Times bestselling author of six books, including The Bad-Ass Librarians of Timbuktu and The Mesopotamian Riddle. His writing has appeared in The New York Times Magazine, GQ, The Atlantic, The New Yorker, National Geographic, Smithsonian, and Outside. He lives in Berlin.

RIBLA: Hermenêuticas solidárias com Palestina

Uma leitura libertadora da Bíblia exige reconhecer o colonialismo, o racismo e a violência genocida nos textos bíblicos, bem como, enfrentar e denunciar a violência legitimada por grupos fundamentalistas sionistas judeus, cristãos e islâmicos.

RIBLA v. 93 n. 2, 2024: “Quando minhas palavras eram pedras” – Hermenêuticas solidárias com Palestina

A palavra Palestina é terra, é ira, é terremoto, é pedra que desassossega os senhores da guerra, do colonialismo imperialista e do genocídio da ocupação militar de IsraelRIBLA v. 93 n. 2, 2024: "Quando minhas palavras eram pedras" - Hermenêuticas solidárias com Palestina em Gaza. Quando a teologia sionista faz uma leitura supremacista da Bíblia e tenta calar a voz que clama por justiça, paz e soberania… as pedras clamam(Lucas 19, 40).

Este é um número especial da RIBLA (Revista de Interpretação Bíblica Latino-Americana), motivado pela urgência de se fornecer conteúdos críticos de nosso trabalho com a Bíblia na América Latina. Com este esforço queremos não só denunciar a crise humanitária e civilizacional implícita no que está passando na Faixa de Gaza com a guerra entre o governo de Israel e o Hamás, mas, principalmente, oferecer ferramentas para expor o perigo de se usar a Bíblia como arma de guerra.

Levando em conta as nuances sociopolíticas, culturais e históricas, nós focamos nas narrativas bíblicas, que, com maior frequência, são aludidas para fomentar posições fundamentalistas, sionistas, colonialistas e racistas, que por sua vez são a base para perpetrar genocídios e crimes em nome de Deus e de sua vontade, tanto nos textos quanto na realidade.

Essa guerra de ocupação e genocídio nos desafia como estudiosos bíblicos, não só porque é o país da Bíblia, mas principalmente porque tanto lá quanto em nossa região os aparatos econômicos, políticos e militares se mobilizam violentamente em discursos de conteúdo religioso, em forma de cruzadas, para chegar ao poder e dispor de territórios, bens e povos.

Os órgãos de mediação de conflitos, colapsados, são cada vez menos e mais débeis. Como pessoas de fé e como cidadãos, num mundo globalizado pela tecnologia e pelas comunicações, todos e todas somos chamados a levantar uma voz urgente por um cessar-fogo, já!

Todos os artigos estão disponíveis para download gratuito em pdf.

 

Sumário

Apresentação – Sandra Nancy Mansilla, Nancy Cardoso, Larry Madrigal Rajo, José Ademar Kaefer

Artigos

Un genocidio largamente anunciado – María Landi

Bíblia e Al Nakba – guerra santa contra a Palestina – Um problema para a hermenêutica para América Latina – Nancy Cardoso

Los puentes de la liberación del texto bíblico: Palestina desde América Latina – Sandra Nancy Mansilla, Martín Federico Giambroni

A grilagem da Palestina: A promessa da terra em Gn 12 – Luiz José Dietrich

O livro de Josué: entre resistências populares e planos supremacistas, ontem e hoje – Pedro Lima Vasconcelos, Rafael Rodrigues da Silva

Pacto y venganza de sangre en la historia del sacrificio de los hijos de Rispa y Merab – Maricel Mena-López

La guerra y las mujeres: ver con los oídos a las muertas. Un clamor que sube del desierto – Marilú Rojas Salazar

Jerusalén “ciudad de dios”: Una crítica al proyecto imperial y colonialista desde el Trito Isaías – María Cristina Ventura, Luigi Schiavo

O Pesadelo acordado das crianças palestinas. Leituras em Zacarias 8,1-8 – Luiz Alexandre Solano Rossi

Tu és o Senhor que esmaga as guerras (Judite 9,7) Guerra Nenhuma é Santa – Sandro Galazzi

El otro como enemigo y la alternativa de Jesús. Una tensión ineludible en las narrativas bíblicas – Néstor Míguez

Descontruindo antigos preconceitos – Mercedes Lopes

Olor a sangre: Colonialismo, Genocidio – Una lectura de Marcos 15 – Silvia Regina de Lima Silva

O clamor das pedras: Uma introdução às Teologias Palestinas em Diálogo com América Latina – Nancy Cardoso

Volverse Palestina – Gerardo García Helder

Un exvoto para Palestina, con amor y digna rabia – Gabriela Miranda García

Francisco (1936-2025)

Morreu hoje o Papa Francisco, aos 88 anos de idade.

Anúncio do Camerlengo Farrell da Casa Santa Marta: “Às 7h35 desta manhã [de 21 de abril de 2025], o Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e da Igreja”

Todas as postagens sobre Francisco publicadas no Observatório Bíblico. Em ordem cronológica, da mais recente à mais antiga:

2023

Francisco: 10 anos – 13.03.2023Francisco (1936-2025)

2020

Francisco, a pandemia e a pós-pandemia – 27.07.2020

Francisco e a pandemia do coronavírus – 28.03.2020

Querida Amazônia – 15.02.2020

2019

Francisco: o grande líder global da atualidade – 28.10.2019

A contribuição da Laudato Si’ para a consciência ecológica – 18.06.2019

A ortopraxia supera a ortodoxia: Francisco, seis anos depois – 19.03.2019

2018

O Dia do Juízo – 07.11.2018

Para compreender Francisco – 01.09.2018

A virada profética de Francisco na IHU-Online – 23.05.2018

A virada profética de Francisco – 01.03.2018

2017

Francisco: 4 anos – 13.03.2017

Para ler Francisco – 07.03.2017

Francisco e Trump – 18.02.2017

Francisco e os quatro cardeais – 10.01.2017

2016

Francisco no III Encontro Mundial de Movimentos Populares – 07.11.2016

A entrevista de Francisco durante o voo de volta do México – 20.02.2016

2015

Francisco na África – 04.12.2015

Francisco sobre o clima: caminharemos para o suicídio? – 01.12.2015Momento extraordinário de oração em tempo de epidemia presidido pelo Papa Francisco - Adro da Basílica de São Pedro - 27 de março de 2020

Teólogos divulgam carta de apoio a Francisco – 11.11.2015

Francisco em Cuba, ONU e USA: leituras – 28.09.2015

Francisco e os prefeitos – 23.07.2015

Francisco no Encontro Mundial dos Movimentos Populares – 10.07.2015

Sugestões ao Papa Francisco – 19.06.2015

Sobre a encíclica ecológica de Francisco – 19.06.2015

Sandri fala sobre a oposição da Cúria a Francisco – 13.02.2015

2014

Boff apoia Francisco contra Messori – 31.12.2014

Francisco: comprometido com o povo – 01.11.2014

Oriente Médio: sinais emblemáticos de Francisco – 10.06.2014

Francisco entre lobos – 08.06.2014

Francisco na Palestina – 25.05.2014

Francisco e Piketty sobre a desigualdade – 09.05.2014

Sobre a desigualdade no capitalismo: Francisco e Piketty – 04.05.2014

Um balanço provisório do primeiro ano de Francisco – 20.03.2014

Francisco propõe um evangelho sem censura – 20.03.2014

A oposição a Francisco e às suas propostas – 19.03.2014

Francisco: expectativas e desafios no segundo ano – 15.03.2014

Em carta a Küng, Bento XVI manifesta apoio a Francisco – 11.02.2014

O apelo de Francisco aos religiosos – 04.01.2014

2013

Leonardo Boff: Francisco combina ternura e vigor – 16.12.2013

Evangelii Gaudium: Francisco e o capitalismo – 09.12.2013

Francisco: a alegria do Evangelho – 27.11.2013

Batalha pelo controle do pensamento de Francisco – 23.11.2013

Francisco denuncia a síndrome de Jonas – 15.10.2013

Entrevista de Francisco a Scalfari – 01.10.2013

Sobre a entrevista de Francisco a Spadaro – 21.09.2013

Entrevista de Francisco a Spadaro – 20.09.2013

Francisco e Gustavo Gutiérrez – 14.09.2013

Dramático apelo de Francisco pela paz na Síria – 01.09.2013

Francisco, Leonardo Boff e a TdL – 12.08.2013

O possível modelo político de Francisco – 25.07.2013

Francisco no Brasil – 22.07.2013

Francisco em Lampedusa – 10.07.2013

Mensagem de Casaldáliga a Francisco sobre a TdL – 27.06.2013

Francisco será o papa de uma transição crucial? – 24.05.2013

Francisco denuncia a ideologia do mercado – 21.05.2013

Reflexões sobre o Conselho criado pelo Papa Francisco – 15.04.2013

Francisco cria Conselho para a reforma da Cúria – 13.04.2013

Os não-católicos e o Papa Francisco – 07.04.2013

Dom Demétrio: não faltará nosso apoio a Francisco – 01.04.2013Francisco: 10 anos

A utopia de Boff: Francisco inaugura o 3º milênio? – 01.04.2013

Papa Francisco: primavera ou inverno na Igreja? – 25.03.2013

Oposição a Francisco e risco João Paulo I – 24.03.2013

Ultraconservadores em estado de choque com o Papa Francisco – 19.03.2013

Leituras possíveis sobre o Papa Francisco – 15.03.2013

Precisamos de um Papa como São Francisco – 05.03.2013

Trabalhando com manuscritos

LIED, L. I.; NONGBRI, B. Working with Manuscripts: A Guide for Textual Scholars. New Haven, CT: Yale University Press, 2025, 192 p. – ISBN ‎ 9780300264425.

Embora manuscritos sejam raros na maior parte do mundo hoje, eles já foram onipresentes. Antes da imprensa, a literatura era preservada e transmitida por meio deLIED, L. I.; NONGBRI, B. Working with Manuscripts: A Guide for Textual Scholars. New Haven, CT: Yale University Press, 2025, 192 p. cópias manuscritas contendo leituras variantes, erros, correções e outras características únicas. Aqueles que estudam textos pré-modernos, no entanto, frequentemente usam como fontes primárias não esses artefatos diversos, mas edições críticas que apresentam um único texto híbrido conveniente.

Brent Nongbri e Liv Ingeborg Lied argumentam que o conhecimento de manuscritos é importante para todos os intérpretes de textos antigos, mesmo que aprender a estudá-los possa ser confuso e intimidador. Neste livro, eles se baseiam em suas décadas de experiência com manuscritos judaicos e cristãos para desmistificar o trabalho com manuscritos. Combinando seus interesses em manuscritos como artefatos materiais com as questões éticas que cercam o estudo de manuscritos, Lied e Nongbri guiam os alunos pelas principais fases da pesquisa, desde considerações sobre procedência e acesso até os aspectos práticos da pesquisa, análise e publicação in loco. O livro inclui recursos para localizar manuscritos, estudos de caso úteis, dicas para organizar dados, um glossário, sugestões de leitura complementar e muito mais.

Liv Ingeborg Lied (1974-)Escrito em um estilo envolvente, com foco nos estudantes, este manual oferece um recurso inestimável para quem deseja estudar um manuscrito pela primeira vez.

Liv Ingeborg Lied é professora de estudos religiosos na MF Escola Norueguesa de Teologia, Religião e Sociedade, Oslo, Noruega.

Brent Nongbri é professor de história das religiões na MF Escola Norueguesa de Teologia, Religião e Sociedade, Oslo, Noruega.

 

While manuscripts are rare in most of the world today, they were once ubiquitous. Before the printing press, literature was preserved and transmitted through handwritten copies containing variant readings, mistakes, corrections, and other unique features. Those who study premodern texts, however, often use as their primary sources not these diverse artifacts but critical editions that present a single convenient hybrid text.

Brent Nongbri and Liv Ingeborg Lied argue that knowledge of manuscripts is important for all interpreters of ancient texts, even if learning how to study them can be confusing and intimidating. In this book they draw on their decades of experience with Jewish and Christian manuscripts to demystify manuscript work. Combining their interests in manuscripts as material artifacts with the ethical issues surrounding the study of manuscripts, Lied and Nongbri guide students through the main phases of research, from considerations of provenance and access to the practicalities of on-site research, analysis, and publication. The book includes aids for locating manuscripts, helpful case studies, tips for organizing data, a glossary, suggestions for further reading, and more.Brent Nongbri (1977-)

Written in an engaging style with students in mind, this handbook provides an invaluable resource for anyone who wants to study a manuscript for the first time.

Liv Ingeborg Lied is professor of the study of religion at MF Norwegian School of Theology, Religion, and Society. She is the author of Invisible Manuscripts: Textual Scholarship and the Survival of 2 Baruch.

Brent Nongbri is professor of history of religions at the MF Norwegian School of Theology, Religion, and Society. He is the author of God’s Library: The Archaeology of the Earliest Christian Manuscripts.

As origens de Israel: todos os links

Em ordem cronológica, do mais recente para o mais antigo.

Observatório Bíblico

As origens de Israel: todos os links – 11.04.2025

Notas sobre as origens de Israel – 05.04.2025

Após o colapso da Idade do Bronze – 27.06.2024

Novas entidades políticas surgem após o colapso da Idade do Bronze – 07.06.2024CLINE, E. H. After 1177 B.C.: The Survival of Civilizations. Princeton: Princeton University Press, 2024

Depois de 1177 a.C.: a sobrevivência das civilizações – 13.11.2023

Seca severa contribuiu para o colapso da Idade do Bronze – 18.04.2023

As origens de Israel – 09.03.2023

A arqueologia bíblica norte-americana e o sionismo – 15.02.2023

Sobre o Mês da Bíblia 2022 – 16.10.2022

Apresentação do livro de Josué – 17.09.2022

Semana Bíblica Paulinas 2022 – 26.08.2022

Mês da Bíblia 2022 na ReBiblica – 19.08.2022

Em busca de terra livre: encontros virtuais – 08.08.2022

Em busca de terra livre: uma leitura de Josué – 08.08.2022

Mês da Bíblia 2022 na Vida Pastoral – 27.07.2022

Livro de Josué: live de lançamento – 25.07.2022

O livro de Josué – 19.06.2022

O cerco de Jericó: análise de Josué 2 e 6 – 15.06.2022

Mês da Bíblia 2022, segundo o SAB – 17. 05.2022

Mês da Bíblia 2022, segundo Mesters e Orofino – 17.05.2022

Mês da Bíblia 2022: entendendo o livro de Josué – 17.05.2022

Mês da Bíblia 2022: Josué – 17.05.2022

O livro de Josué no século XX: Alt e Albright – 04.06.2021

Quem escreveu o livro de Josué? – 03.06.2021

O livro de Josué não é um relato de conquista – 23.04.2021

O mundo das origens de Israel, segundo Mario Liverani – 22.04.2021Medinet Habu: Ramsés III x Povos do Mar

A invenção da conquista, segundo Mario Liverani – 21.04.2021

O quebra-cabeças das origens de Israel – 30.03.2021

O livro de Josué na pesquisa recente – 20.01.2021

1177 a.C.: o ano em que a civilização entrou em colapso – 09.07.2019

Os filisteus e a crise da Idade do Bronze – 09.07.2019

DNA indica origem europeia dos filisteus – 06.07.2019

A História de Israel e Judá na pesquisa atual I-V – 15 a 23.10.2018

Israel Finkelstein fala sobre as origens de Israel – 07.11.2015

A História Antiga de Israel no Brasil: três opiniões – 17.10.2013

Seca, terremoto e as origens de Israel – 22.08.2013

As origens de Israel: polêmico artigo de Rainey – 27.10.2008

Estudos sobre as origens de Israel são reeditados – 28.04.2008

George Mendenhall fala sobre as origens de Israel – 06.09.2006

Sobre as origens de Israel – 15.03.2006

As origens de Israel e o governo de Davi: a polêmica continua! – 12.02.2005

KILLEBREW, A. E.; LEHMANN, G. (eds.) The Philistines and Other “Sea Peoples” in Text and Archaeology. Atlanta: Society of Biblical Literature, 2013.

 

Ayrton’s Biblical Page

As origens de Israel – Item 2 da “História de Israel”, publicado em 2023

Leitura sociológica da Bíblia – Artigo publicado em 2022

A história de Israel e Judá na pesquisa atual – Artigo publicado em 2018

A história de Israel no debate atual – Artigo publicado em 2001

Pode uma ‘História de Israel’ ser escrita? – Artigo publicado em 2001

Leitura socioantropológica da Bíblia Hebraica – Artigo publicado em 1999

Resenha de FINKELSTEIN, I.; SILBERMAN, N. A. The Bible Unearthed: Archaeology’s New Vision of Ancient Israel and the Origin of Its Sacred Texts. New York: The Free Press, 2001

Resenha de GRABBE, Lester L. (ed.) Can a ‘History of Israel’ Be Written? Sheffield: Sheffield Academic Press, 1997, [London: T T Clark, 2005]

Resenha de DAVIES, P. R. In Search of ‘Ancient Israel’. Sheffield: Sheffield Academic Press [1992], 1995, [2. ed.  2015]

Notas sobre as origens de Israel

GUEVARA LLAGUNO, M. J. Aproximación a la historia de los orígenes de Israel: Notas de la presentación de un estado de la cuestión. Estella (Navarra): Verbo Divino, 2021, 256 p. – ISBN 9788490737392.GUEVARA LLAGUNO, M. J. Aproximación a la historia de los orígenes de Israel: Notas de la presentación de un estado de la cuestión. Estella (Navarra): Verbo Divino, 2021, 256 p.

Em 1988, um estudo sobre as origens de Israel chamou a questão de “enigma histórico” (José Luis Sicre, «Los orígenes de Israel. Cinco respuestas a un enigma histórico», Estudios Bíblicos 46 (1988) 421-455). Trinta anos depois, a questão continua a suscitar inúmeros debates, discussões e hipóteses na tentativa de esclarecer em que ponto da história do antigo Levante é possível identificar uma entidade política, mesmo embrionária, que apresente substancialmente características de identificação que lhe permitam ser reconhecida como Israel. O livro nos aproxima do debate atual sobre a questão, exibindo informações do trabalho de muitos arqueólogos e historiadores nos últimos 25-30 anos.

Miren Junkal Guevara Llaguno (Bilbao 1966), formada em Direito e doutora em Teologia, é professora do Departamento de Teologia da Universidade Loyola Andaluzia, Espanha, e leciona Pentateuco e Livros Históricos. Suas duas principais áreas de pesquisa são: Bíblia e cultura; e contexto histórico dos relatos do Antigo Testamento.

 

En 1988, un estudio en torno al origen de Israel calificó la cuestión de “enigma histórico”. Treinta años después, el asunto sigue planteando númerosos debates, discusiones e hipótesis para tratar de esclarecer en qué momento de la historia del Levante antiguo es posible identificar una entidad política, aunque sea embrionaria, que muestre sustancialmente unos rasgos identitarios que permitan reconocerla como Israel. El libro nos acerca al estado actual de la cuestión, desplegando la información que proviene del trabajo de muchos arqueólogos e historiadores en los últimos 25-30 años.

Miren Junkal Guevara Llaguno (Bilbao 1966), licenciada en Derecho y doctora en Teología, es catedrática del Departamento de Teología de la Universidad Loyola Andalucía, España, docente de Pentateuco y Libros Históricos. Sus dos áreas de investigación principales son: Biblia y cultura; y trasfondo histórico de los relatos del Antiguo Testamento.

Jesus foi mais uma vítima do imperialismo romano?

ANDRADE, N. J. Killing the Messiah: The Trial and Crucifixion of Jesus of Nazareth. New York: Oxford University Press, 2025, 296 p. – ISBN ‎ 9780197752487.

Há muito tempo, em uma manhã de primavera em Jerusalém, Pôncio Pilatos julgou um pregador misterioso. Jesus de Nazaré foi pregado em uma cruz logo depois e morreu em agonia. Os efeitos desse veredito repercutiram em todo o mundo e moldaram dois milênios de história. Mesmo assim, o julgamento permanece envolto em mistério até hoje. Os Evangelhos não são claros sobre quais acusações Pôncio Pilatos julgou. Eles retratam Pilatos como abraçando a inocência de Jesus, apesar de tê-lo matado. Ficamos com mais perguntas do que respostas. Por que Pôncio Pilatos condenou um homem que ele acreditava inocente? Qual foi o crime de Jesus? Como devemos entender o papel de Pilatos na execução de Jesus?ANDRADE, N. J. Killing the Messiah: The Trial and Crucifixion of Jesus of Nazareth. New York: Oxford University Press, 2025, 296 p.

Killing the Messiah aborda essas questões e analisa a trajetória que levou Pilatos a decidir crucificar Jesus. Ele determina por que e como Pilatos considerou Jesus culpado de comportamento criminoso e os papéis desempenhados por várias pessoas para garantir a crucificação de Jesus. Ele também investiga como as motivações pessoais e obrigações sociais de Pilatos e outras autoridades afetaram a forma como avaliaram a criminalidade de Jesus. Para fazer isso, ele situa o julgamento de Jesus dentro do contexto geopolítico do Oriente Médio romano. Nas décadas anteriores à vida de Jesus, e ao longo dos séculos que se seguiram, os tribunais romanos determinaram os resultados de milhares de julgamentos em toda a região. O julgamento de Jesus ocorreu sob o mesmo aparato legal básico de todos eles.

Ao abordar a prisão, o julgamento e a sentença de Jesus da perspectiva da história romana e legal, este livro nos ajuda entender melhor a condenação mais famosa da história mundial.

Nathanael J. Andrade é professor de História na Universidade Binghamton, NY, USA.

Leia também o artigo do mesmo autor Pilate’s Legal Path to Crucifying Jesus, publicado em The Bible and Interpretation, em março de 2025.

O autor começa citando Geza Vermes, The Religion of Jesus the Jew. Minneapolis: Fortress Press, 1993, que diz:

Ele morreu na cruz por ter feito a coisa errada (causado uma comoção) no lugar errado (o Templo) na hora errada (pouco antes da Páscoa). Aqui está a verdadeira tragédia de Jesus, o judeu.

 

Long ago, on a spring morning in Jerusalem, Pontius Pilate passed judgement on a mysterious preacher. Jesus of Nazareth was nailed to a cross shortly after and died in agony. The effects of this verdict have reverberated throughout the world and have shaped two millennia of history. Even so, the trial remains shrouded in mystery to this day. The New Testament Gospels are unclear about what charges Pontius Pilate judged. They portray Pilate as embracing Jesus’ innocence despite having him killed. We are left with more questions than answers. Why did Pontius Pilate condemn a man he believed innocent? What was Jesus’ crime? How should we understand Pilate’s role in Jesus’ execution?

Nathanael J. AndradeKilling the Messiah addresses these questions and analyzes Pilate’s path to crucifying Jesus. It determines why and how Pilate deemed Jesus guilty of criminal behavior and the roles played by various people in ensuring Jesus’ crucifixion. It also probes how the personal motivations and social obligations of Pilate and other authorities affected how they assessed Jesus’ criminality. To do this, it situates Jesus’ trial within the geo-political context of the Roman Middle East. In the decades before Jesus’ lifetime, and throughout the centuries that followed, Roman courts determined the outcomes of millions of trials throughout the region. Jesus’ trial took place in the same basic legal apparatus as all of these. By approaching the arrest, trial, and sentencing of Jesus from the perspective of Roman and legal history, this book sheds fresh light on the most famous conviction in world history.

A história de Isaías

STROMBERG, J.; HIBBARD, J. T. (eds.) The History of Isaiah: The Formation of the Book and its Presentation of the Past. Tübingen: Mohr Siebeck, 2021, 599 p. – ISBN 9783161560972.

Diz o Prefácio:STROMBERG, J.; HIBBARD, J. T. (eds.) The History of Isaiah: The Formation of the Book and its Presentation of the Past. Tübingen: Mohr Siebeck, 2021, 599 p.

O livro de Isaías é um produto da história. A natureza dessa história e o que significa que Isaías é um produto dela, dificilmente são questões de consenso no campo dos estudos bíblicos. Isso deveria ser esperado. A história é complexa. E provavelmente confunde, mais frequentemente do que confirma, as tentativas de entendê-la completamente. Mesmo assim, a pesquisa isaiânica colocou o dedo no cerne do problema metodológico. No cerne de uma compreensão histórica deste livro profético está uma consideração da palavra “história” em duas aplicações distintas, mas relacionadas.

Primeiro, quais processos históricos levaram à forma final do livro? E segundo, que tipo de representação histórica o livro oferece ao leitor?

A primeira questão examina como Isaías se tornou um livro. A última inspeciona sua apresentação da história, uma apresentação complexa envolvendo diversos modos de exposição (perspectiva profética, reflexão poética sobre o presente e relatos em prosa do passado). Esta história envolve as tradições bíblicas e envolve as relações de Israel com os grandes impérios do Antigo Oriente Médio, um passado já distante do ponto de vista da forma final do livro. Para a maioria dos estudiosos, responder a uma pergunta envolve perguntar a outra, a diacronia do livro sendo relacionada à apresentação da história encontrada nele e vice-versa. Para entender melhor a história de Isaías, este volume de ensaios se dedica a essas duas linhas de investigação e seu relacionamento.

O volume foi dividido em três partes.

A primeira fornece um conjunto de ensaios dedicados às questões metodológicas envolvidas no exame da diacronia do livro de Isaías e sua apresentação da história. Nesta seção o objetivo é permitir a reflexão sobre os procedimentos analíticos pressupostos nos estudos diacrônicos e sincrônicos apresentados pela segunda e terceira partes do volume.

A segunda parte oferece uma consideração da história de Isaías à luz das tradições bíblicas. De uma perspectiva histórica, essas tradições permanecem indispensáveis, até mesmo fundamentais para a compreensão da história de Isaías. Isso é verdade em relação à diacronia textual de Isaías, bem como à sua representação histórica. Aqui, essa relação é examinada em relação aos diferentes estágios na formação textual de Isaías e da Bíblia Hebraica.

A terceira parte deste volume investiga a história de Isaías por meio de um foco nos impérios explicitamente mencionados no livro. A justificativa que norteia a seleção dos impérios aqui investigados (Assíria, Babilônia e Pérsia) deriva do papel fundamental desempenhado pela interação de Israel com essas nações na formação do livro em cada um de seus principais estágios.

Ao estruturar o volume dessa forma, esperamos que o leitor perceba o todo e não apenas as partes. Teoria e prática estão ligadas tanto quanto as histórias da Bíblia e do Antigo Oriente Médio. Assim, nosso objetivo ao compor este volume é fornecer ao leitor um tratamento metodologicamente informado deste tópico central – a história de Isaías – pois abrange todo o livro, se relaciona com as tradições da Bíblia e emerge das complexidades da vida no Antigo Oriente Médio.

Além disso, nosso objetivo ao selecionar colaboradores era fornecer um tratamento representativo deste tópico complicado, um que refletisse as diferentes perspectivas em jogo no campo dos estudos bíblicos hoje. Em um empreendimento deste tipo é, talvez, inevitável que lacunas na cobertura, no entanto, permaneçam.

Veja o sumário do livro em pdf, clicando aqui.

Jacob Stromberg é Professor de Antigo Testamento na Universidade Duke, Durham, NC, USA.

J. Todd Hibbard é Professor de Estudos Religiosos na Universidade de Detroit Mercy, Detroit, USA.

 

Preface

The book of Isaiah is a product of history. The nature of that history and what it means that Isaiah is a product of it are hardly matters of consensus in the field. This should be expected. History is complex. And it probably confounds, more often than it confirms attempts to understand it completely. Even so, Isaianic scholarship has put its collective finger on the crux of the methodological problem. At the heart of an historical understanding of this prophetic book lies a consideration of the word “history” in two distinct but related applications. First, what historical processes led to the book’s final form? And second, what kind of historical representation does the book offer to the reader? The former question examines how Isaiah became a book. The latter inspects its presentation of history, a complex presentation involving diverse modes of exposition (prophetic forecasting, poetic reflection on the present, and prose accounts of the past). This history engages the Biblical traditions and it involves Israel’s dealings with the great empires of the Ancient Near East, much of which lay in the past from the point of view of the book’s final form. For most scholars, answering either question involves asking the other, the diachrony of the book being related to the presentation of history found therein and vice versa. To understand better the history of Isaiah, this volume of essays devotes itself to these two lines of inquiry and their relationship.

To this end, the volume is divided into three parts. The first provides a set of essays devoted to the methodological issues involved in examining the diachrony of the book of Isaiah and its presentation of history. In this section, the aim is to enable reflection upon the analytical procedures presupposed in the diachronic and synchronic studies presented by the second and third parts of the volume. The second part offers a consideration of the history of Isaiah in the light of the Biblical traditions. From an historical perspective, these traditions remain indispensable, even foundational for understanding the history of Isaiah. This is true regarding Isaiah’s textual diachrony as well as its historical representation. Here this relationship is examined in relation to differing stages in the textual formation of Isaiah and the Hebrew Bible. The third part of this volume investigates the history of Isaiah by means of a focus on those empires explicitly mentioned in the book. The rationale guiding the selection of those foreign empires here investigated (Assyria, Babylon, and Persia) derives from the pivotal role played by Israel’s interaction with these nations in the formation of the book in each of its major stages.

In structuring the volume this way, we hope the reader will perceive the whole and not just the parts. Theory and practice are bound together every bit as much as are the histories of the Bible and the Ancient Near East. Thus, our aim in putting this volume together is to provide the reader with a methodologically informed treatment of this central topic – the history of Isaiah – as it spans the whole book, relates to the traditions of the Bible, and emerges out of the complexities of life in the Ancient Near East. Moreover, our goal in selecting contributors was to provide a representative handling of this complicated topic, one reflecting the differing perspectives at play in the field today. In an undertaking of this scope, it is perhaps inevitable that gaps in coverage will, nonetheless, ­remain.

Jacob Stromberg, born 1974; D. Phil. Oxford; since 2011 Lecturer in Old Testament at Duke University.

J. Todd Hibbard, born 1968; PhD University of Notre Dame; since 2011 Associate Professor of Religious Studies, University of Detroit Mercy.